FRAGMENTAÇÃO DO DNA ESPERMÁTICO
O que é fragmentação do DNA espermático?
Fragmentação do DNA espermático é uma condição clínica em que ocorre a perda da integridade da cadeia de DNA presente nos espermatozoides. Essa alteração reduz a capacidade de os espermatozoides fecundarem o óvulo e gerar um embrião viável.
Encontrar uma pequena fração de espermatozoides com DNA fragmentado é considerado normal. No entanto, quando um número elevado de espermatozoides apresentam essa alteração, a probabilidade de ocorrer uma gravidez espontânea e saudável reduz significativamente. Esse excesso de fragmentações do DNA dos espermatozoides é umas das uma das principais causas de infertilidade entre os homens. Essas modificações não são detectadas em um exame convencional de espermograma, portanto esse exame é uma pesquisa complementar que pode ser utilizada para uma melhor avaliação da qualidade do sêmen.
Além da idade, outros fatores podem contribuir para o aumento da fragmentação do DNA espermático. Entre eles estão: tabagismo, varicocele, algumas infecções sexualmente transmissíveis, aumento da idade, leucocitospermia, obesidade, alimentação, uso de substâncias pró-inflamatórias, irradiação, quimioterapia e aumento da temperatura da bolsa escrotal.
Com exceção dos danos causados pela idade, alguns outros fatores podem ser revertidos, permitindo o retorno dos
níveis de fragmentação do DNA espermático aos valores de normalidade, restabelecendo assim a fertilidade
masculina.
Para quem é recomendado este exame?
- Casais com casos de aborto de repetição sem causa conhecida.
- Casais com falhas de implantação em tratamento de Fertilização in Vitro (FIV).
- Casais com histórico de gestação anterior com alteração cromossômica ou Síndrome genética.
Importância no diagnóstico
Mais de 280 mil casais sofrem com problemas relacionados à infertilidade no Brasil e vale ressaltar que tanto fatores femininos e masculinos contribuem para esse quadro. Estudos indicam que a fragmentação do DNA espermático pode ser a causa da infertilidade masculina, mesmo quando não houver alterações nos parâmetros analisados no espermograma.
Esse exame é feito de forma totalmente automatizada por Citometria de fluxo, utilizando o princípio do Método TUNEL (Terminal deoxynucleotidyl transferase dUTP nick end labeling) em que as quebras no DNA dos espermatozoides são detectadas diretamente pela incorporação de nucleotídeos fluorescentes (Br-dUTP) nos sítios fragmentados. O próprio aparelho capta essas fluorescências e calcula a porcentagem de espermatozoides que apresenta o DNA fragmentado,
sendo portanto uma metodologia com alta acurácia.
Referências
1. PACEY, A. A. Environmental and lifestyle factors associated with sperm DNA damage. Hum Fertil (Camb). 2010, v. 13, p. 189-193.
2. RUBIO, C. Incidência de anormalidades cromossômicas espermáticas em uma população de risco: relação com a qualidade do espermatozoide e o desfecho ICSI. Hum Reprod. out. 2001, v. 16, n. 10, 2084-2092.