Entenda como é feito o exame de microbioma intestinal

Nos últimos anos, a ciência tem revelado o papel fundamental do intestino na regulação da nossa saúde geral. Mais do que um órgão digestivo, ele abriga trilhões de micro-organismos que influenciam desde a imunidade até o metabolismo. A avaliação desse complexo sistema ganhou destaque com o avanço do exame de microbioma intestinal.

Esse teste inovador permite identificar os tipos de bactérias e outros micro-organismos presentes no trato intestinal, contribuindo para diagnósticos mais precisos e tratamentos personalizados. Seu uso vem crescendo principalmente entre pessoas que sofrem com distúrbios gastrointestinais persistentes ou que buscam prevenir doenças crônicas.

Neste artigo, explicamos como é feito o exame de microbioma intestinal, o que é analisado, o tipo de coleta e por que ele se tornou um diferencial em laboratórios que investem em tecnologia. Continue a leitura!

O que é o microbioma intestinal?

O microbioma intestinal é o conjunto de bactérias, vírus, fungos e outros micro-organismos que habitam naturalmente o intestino humano. Estima-se que mais de 100 trilhões deles vivam nessa região, formando uma comunidade indispensável para o bom funcionamento do corpo.

Esses micro-organismos auxiliam na digestão, produzem vitaminas e compostos anti-inflamatórios, além de atuarem como barreira contra agentes patogênicos. Manter o equilíbrio dessa flora é fundamental, já que alterações podem levar a diversas complicações.

Pesquisas indicam que o microbioma exerce influência direta sobre os sistemas imunológico, nervoso e endócrino. Por isso, mudanças em sua composição podem afetar desde a absorção de nutrientes até o humor e a suscetibilidade a doenças metabólicas e inflamatórias.

A importância do intestino para a saúde

O intestino é muito mais do que um órgão de digestão. É considerado por muitos cientistas como o “segundo cérebro” do corpo humano, dada sua conexão direta com o sistema nervoso central e sua capacidade de produzir neurotransmissores.

Cerca de 90% da serotonina, conhecida como o hormônio do bem-estar, é produzida no intestino. Isso explica a relação direta entre o estado da microbiota intestinal e transtornos como ansiedade, depressão e alterações de humor.

Além disso, aproximadamente 70% das células de defesa do organismo estão localizadas no intestino. Um intestino desequilibrado pode levar a quadros de inflamação crônica e abrir espaço para doenças autoimunes e infecciosas.

Estudos apontam que alterações no microbioma estão associadas a doenças como diabetes tipo 2, obesidade, Alzheimer e câncer colorretal. Por isso, manter uma microbiota equilibrada é estratégico para a promoção da saúde.

Para que serve o exame de microbioma intestinal?

O exame de microbioma intestinal é utilizado para mapear os micro-organismos presentes no intestino e avaliar a qualidade dessa microbiota. Com ele, é possível verificar se há desequilíbrio entre bactérias benéficas e prejudiciais, auxiliando no diagnóstico e monitoramento de diversas condições de saúde.

A partir desse exame, profissionais de saúde conseguem entender melhor as causas de sintomas persistentes e propor intervenções mais eficazes, baseadas na individualidade de cada paciente. É uma ferramenta especialmente útil para tratamentos nutricionais e metabólicos personalizados.

Principais finalidades do exame

• Avaliar desequilíbrios na flora intestinal (disbiose);
• Identificar a proporção entre bactérias boas e ruins;
• Investigar níveis de inflamação ou marcadores relacionados;
• Indicar presença de fungos ou parasitas;
• Analisar a produção de metabólitos importantes para a saúde;
• Apoiar estratégias nutricionais e tratamentos personalizados.

Condições de saúde que podem ser detectadas

• Doenças inflamatórias intestinais (como retocolite ulcerativa e Doença de Crohn);
• Síndrome do intestino irritável;
• Alergias e intolerâncias alimentares.

Quando o exame de microbioma intestinal é indicado?

O exame é indicado para pessoas que apresentam sintomas gastrointestinais recorrentes, como inchaço, gases, diarreia, constipação ou dores abdominais sem causa definida. Também é recomendado em casos de alergias alimentares, baixa imunidade ou fadiga sem explicação aparente.

Outro uso comum é em avaliações preventivas, permitindo ajustes na alimentação ou suplementação com base no perfil da microbiota. Com isso, profissionais de saúde conseguem traçar planos terapêuticos mais eficazes e personalizados.

A solicitação deve sempre partir de um médico ou nutricionista, que saberá interpretar os resultados de forma adequada.

Como é feito o exame de microbioma intestinal?

O exame de microbioma intestinal é simples, indolor e pode ser realizado tanto em laboratório quanto em casa. A coleta é feita por meio de amostra de fezes, utilizando um kit fornecido pelo laboratório, com instruções claras para garantir a segurança e integridade do material.

Após o envio da amostra, uma equipe especializada realiza a análise usando técnicas avançadas de biologia molecular para identificar a diversidade e a composição da microbiota.

Etapas do exame

Veja, passo a passo, como é feito o exame de microbioma intestinal:

• Coleta de fezes;
• Envio da amostra ao laboratório;
• Análise por sequenciamento genético (como PCR ou NGS);
• Identificação das bactérias e outros micro-organismos presentes;
• Geração de relatório com interpretações clínicas.

Recomendações para a realização do exame

Para garantir a precisão dos resultados no teste de microbioma intestinal, é importante seguir algumas orientações antes e durante a coleta da amostra:

• Não é necessário jejum antes do exame;
• Evite o uso recente de antibióticos, probióticos ou laxantes (nos últimos 7 a 14 dias), salvo orientação médica;
• Siga corretamente as instruções do kit de coleta para evitar contaminações;
• Armazene a amostra conforme indicado pelo laboratório até o envio.

O papel da tecnologia na realização do exame

Laboratórios modernos utilizam tecnologia de ponta para garantir alta precisão nos resultados do exame de microbioma intestinal. O uso de sequenciamento genético avançado permite identificar uma ampla gama de micro-organismos, com detalhamento muito superior ao de exames tradicionais.

Esses métodos permitem não apenas detectar quais bactérias estão presentes, mas também entender como elas interagem entre si e com o organismo do paciente. Isso possibilita a elaboração de relatórios completos e personalizados.

Vale lembrar que nem todos os laboratórios têm estrutura para realizar esse tipo de exame. Por isso, é importante buscar laboratórios de apoio ou referência que invistam em inovação e ofereçam um portfólio de análises avançadas.

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