Coqueluche: o que é, sintomas, prevenção e tratamento
Publicado em: 27/09/2024, 20:14

Recentemente, a coqueluche – também chamada de tosse comprida – voltou a preocupar os profissionais da saúde pública. Embora muitos pensem que ela teria sido erradicada, o cenário atual revela o aumento dos casos em todo o país, principalmente nas populações vulneráveis, como crianças e idosos.
Alguns dos fatores que contribuem com o retorno da doença incluem a redução das taxas de vacinação e a subestimação dos riscos. Contudo, o diagnóstico tardio e a falta de tratamento em tempo hábil podem agravar a situação.
Para diminuir a incidência da patologia e entender melhor o que é a coqueluche, trouxemos informações essenciais neste conteúdo. Continue a leitura e descubra como proteger a sua saúde e a das pessoas ao seu redor!
O que é a coqueluche?
Coqueluche é uma doença altamente contagiosa que ocorre principalmente em crianças e adolescentes e é causada pela bactéria gram-negativa Bordetella pertussis.
Os sintomas de coqueluche são inicialmente aqueles de uma infecção do trato respiratório superior inespecífica, seguida de tosse paroxística ou espasmódica que geralmente termina com uma inspiração prolongada, forçada e estridente (semelhante a um uivo ou guincho).
Conheça os sintomas da coqueluche
Os sintomas de coqueluche variam conforme o estágio da doença, sendo três estágios principais. O primeiro, inclusive, pode ser confundido com um resfriado, mas é preciso estar alerta.
Veja quais são as fases:
- Fase catarral: inclui espirros, coriza, tosse leve e, às vezes, febre baixa. Geralmente, dura de uma a duas semanas.
- Fase paroxística: a tosse se intensifica, aparecem os ataques de tosse (paroxismos), com o “guincho” ao inspirar. Vômitos podem acometer as crianças.
- Fase convalescente: a fase anterior diminui, porém o paciente segue com acessos de tosse esporádicos durante semanas.
A tosse comprida pode ultrapassar 10 semanas, agravando o quadro clínico de bebês com menos de seis meses, principalmente. A piora nos casos ocasiona pneumonia, convulsões, otite média ou até mesmo a morte.
Se tenho sintomas de coqueluche, qual médico devo procurar?
Caso você apresente sintomas de coqueluche é importante procurar imediatamente um médico. Geralmente, o pediatra é o profissional indicado para crianças, enquanto adultos podem buscar um clínico geral ou um pneumologista para uma avaliação detalhada e a definição dos exames necessários.
Como é feito o diagnóstico de coqueluche?
O diagnóstico de coqueluche é realizado através da análise clínica e de exames laboratoriais específicos, como a cultura e a reação em cadeia da polimerase (PCR), que identificam a presença da bactéria Bordetella pertussis.
Esse exame é fundamental para confirmar a infecção e iniciar os tratamentos para coqueluche o quanto antes, minimizando complicações e a disseminação da doença.
Como acontece a transmissão da coqueluche?
Geralmente, a transmissão da coqueluche ocorre através de gotículas salivares durante a fala, espirros ou tosse de um indivíduo infectado, o que a torna altamente contagiosa. Especialistas alertam que a infecção acontece com maior frequência na fase inicial da doença.
A bactéria pode ser disseminada por até três semanas após o início dos sintomas ou até que a pessoa contaminada comece o tratamento com antibióticos. Portanto, o período de incubação (intervalo entre o momento do contato com o vírus até o surgimento dos sintomas) varia de 7 a 14 dias.
Cenário da coqueluche no Brasil
Cabe ressaltar que o último pico epidêmico ocorreu há 10 anos, quando o país confirmou 8.614 casos de coqueluche. O isolamento social, relacionado à pandemia de Covid-19, contribuiu para a redução da transmissão da doença.
Mesmo assim, entre 2019 e 2023, todos os estados brasileiros registraram pessoas infectadas. Confira os números informados pela Agência Brasil:
- Pernambuco - 776
- São Paulo - 300
- Minas Gerais - 253
- Paraná - 158
- Rio Grande do Sul - 148
- Bahia - 122
Contudo, a preocupação com o agravamento da coqueluche voltou à tona. Em 2024, por exemplo, foram registrados 7.440 casos de infecção confirmada por coqueluche, de acordo com o Ministério da Saúde.
Tratamentos para coqueluche no Brasil
O tratamento da coqueluche abrange o uso de antibióticos, como eritromicina ou azitromicina, e outros cuidados de suporte. Em muitos casos, lactantes gravemente doentes necessitam de hospitalização com isolamento respiratório.
Para evitar mais complicações, os médicos costumam realizar a sucção para remover o excesso de muco e a administração de oxigênio. O isolamento do enfermo dura, em média, quatro semanas ou até que os sintomas desapareçam completamente.
O uso de antibióticos ainda na fase catarral contribui significativamente na melhora da doença. Já nas crises paroxísticas, eles não fazem mais efeito clínico direto, entretanto evitam que a pessoa infectada dissemine a bactéria.
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A prevenção da coqueluche e a importância da vacinação
Como grande parte das doenças, a melhor forma de prevenir a coqueluche é com a imunização. Uma das mais recomendadas aos recém-nascidos acima de 2 meses é a vacina tríplice acelular (DTPa). Já para os adultos, indica-se a vacina dTpa, especialmente às gestantes a partir da 20ª semana (tanto a mamãe quanto o bebê estão sendo protegidos).
A vacinação torna-se indispensável para controlar surtos da doença. Porém, é válido ressaltar que adolescentes e adultos precisam tomar as doses de reforço para manter a proteção e evitar a transmissão do vírus.
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3 dicas para prevenir a coqueluche
Embora os tratamentos sejam eficazes quando iniciados assim que surgirem os primeiros sintomas, a prevenção continua sendo a estratégia mais indicada de proteção. Por isso, recomendamos:
- Manter o calendário completo de vacinação em dia;
- Evitar contato com pessoas que apresentem sintomas da infecção respiratória;
- Seguir boas práticas de higiene, como lavar as mãos com frequência e cobrir a boca ao tossir ou espirrar.
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